quarta-feira, março 19, 2008

Uma ascendente no voo à vela AFA



Depois de algum tempo a funcionar a "meio gás", parece que desta vez o voo à vela na AFA voltou a ser uma realidade.


Foi na semana de férias entre semestres que se realizou a última actividade de planadores AFA, que se viria a tornar num verdadeiro "Great success"! Apesar de nos primeiros dois dias da semana o tempo não nos deixar sair da esquadra, na quarta-feira já se consequiram fazer alguns voos!Mesmo com alguma chuva pelo meio, ouve alguns sortudos, eu incluído, que conseguiram andar à frente das nuvens, em voos de mais de uma hora, enquanto que outros com menos sorte tinham de provar a "fúria do S. Pedro". No final de contas, a semana acabou por se prolongar para a semana seguinte,devido ao mau tempo, mas terminada a actividade todos os objectivos foram cumpridos, quatro "pinguins" ousaram testar a qualidade da pista de Sintra nos seus voos solo e mais um instrutor saiu qualificado da actividade. Em suma "fomos, voltamos GREAT SUCCESS".
Para além desta grande semana onde se voou mais do que em todo o ano lectivo de 2006/2007, conseguiu-se, depois de muito batalhar, voltar a ter actividade durante a semana, eis que do nada surgiu a tarde de voo de planadores. Após alguns anos de paragem foi na última 5ª que os planadores sairam do hangar durante um dia de semana, o calor era muito, mas a actividade térmica nem por isso. Ainda assim, mais uma vez, tudo correu lindamente, dois alunos receberam instrução, foram feitos 4 baptismos de voo, e tudo isto imagine-se com a actividade a decorrer em simultâneo com voos da 401.
Para finalizar, aproveito para agradecer, em nome de todos os Gaviões, a todo o pessoal (e tem sido bastante) que tem contribuido para que a actividade de voo à vela seja uma realidade e não apenas um objectivo.
Cumprimentos e boas aterragens!

sábado, março 15, 2008

Que miséria...

Normalmente, quando falamos dos nossos voos, gostamos de contar os melhores momentos; de como apanhámos aquela térmica mesmo antes de irmos para o circuito, daquela dia espectacular de onda ou daquele por-do-sol fantástico no nosso primeiro voo solo.
Porém, por muito que nós gostemos de voar, nem todos os voos são perfeitos. Nuns as manobras saiem mal, noutras aterramos com muita força e ficamos sempre com aquele sentimento de não termos desfrutado ao máximo aquela oportunidade.

Certo dia, "lá estava eu" em Sintra, com a minha licença de piloto acabada de vir do INAC pronto para fazer os meus dois primeiros baptismos de voo.
No briefing da manhã, pedi para deixar passar a minha vez, para que quando chegassem as pessoas com quem ia voar pudesse ter prioridade. Não havia muita gente nesse dia para voar nos ASK-21, quer alunos, quer pilotos, portanto não deveria haver problema nenhum.
Lembro-me que durante toda a manhã e durante o início da tarde estavam nuvens a cerca de 400 metros "em" cima do palácio e um vento de Nordeste bastante forte que ia causar muitos problemas no regresso à pista a quem fosse para os lados da serra. Isto passou-se no final de Fevereiro.
Uma das vantagens de voar muitas vezes no mesmo sítio é que começamos a conhece-lo bastante bem e torna-se mais fácil lidar com a meteorologia.

Fiz os meus dois baptimos e depois fiz ainda um terceiro voo com uma das pessoas. Já depois de descolar para esse terceiro voo confirmei que as nuvens na serra estavam agora mais altas e o vento tinha rodado para norte, mas continuava forte.
Avaliei a situação e decidi que dava para "ir para a serra"
Larguei-me entre a vila e o palácio e verifiquei aquilo que já desconfiava. Havia ali uma corrente ascedente, provocada pelo vento de Norte, que dava para ficar por ali um bom bocado.
Terminei o meu baptismo e como o Jeans estava parado na beira da pista decidi pegar nele e ir experimentar a tal ascendente.

No espaço de tempo que decorreu entre os voos o vento alinhou-se mesmo com a encosta que estava a empurrar o vento para cima, mantendo-se a forte intensidade verificada ao início da tarde.

E pronto, lá estava eu de frente para o vento. Tinha algumas nuvens que se começavam a formar a minha frente e eram levadas pelo vento enquanto se formavam e eu aproveitava a ascendente e ia com elas até aquele que era o meu limite para conseguir voltar com vento de frente para a mesma posição.
Ali estava eu, pronto para fazer um fantástico voo de duas horas e dez minutos em Sintra.
Nem por isso...

Estar parado no mesmo sítio, não é propriamente o meu conceito de um voo divertido. Quando comecei a ficar com fome e com sede, também não foi engraçado. Passado um bocado, a bateria foi-se e fiquei sem rádio. Toda a gente sabia que eu estava ali parado e não tinha grandes intenções de me mexer.
Via o rebocador trazer planadores para verem o palácio e via-os a irem-se embora, enquanto eu lá estava... parado.
O fim da tarde começou a aproximar-se e começou a arrefecer MUITO!! Os meus pés estavam a congelar dentro das botas de voo e já tinha que me mexer para me manter quente. Para além disso uma grande vontade de deitar fora resíduos líquidos do corpo estava mesmo a pedir para me ir embora.
Fome, sede, solidão, frio e necessidades fisiológicas já só por si são más, quando se juntam são péssimas, mas precisava das horas e tinha que rentabilizar aquele voo ao máximo...


Fiquei lá até muito perto da hora do pôr-do sol e quando aterrei já estava tudo à minha espera para se ir embora.

No final do dia, fiquei com um voo de duas horas e dez minutos, o mais longo que tinha feito até então, mas fiquei também com o voo mais miserável da minha vida...

sábado, março 01, 2008

Revivar o nosso espaço!!!

Pessoal!
Para o pessoal que aqui costuma vir (ou costumava) já notou que isto parou no tempo!
Cabe-nos a nós, amantes do voo ágil e silencioso, partilhar as nossas histórias sobre o voo à vela para que outros possam aprender com as nossas lições.
É necessário um esforço de todos para que este blog esteja sempre actualizado. Pessoal dos planadores: contem os vossos voos de 6h ou a vez em que aterraram na quinta do tio Zé...